Brasil depois do golpe, um quintal para alugar
- radarfeministablog
- 26 de abr. de 2021
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Uma piada de mau gosto, o slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” significa, considerando a prática, Brasil para as multinacionais a partir do oportunismo eleitoral angariado com as igrejas.

Algumas igrejas tiveram papel importante na campanha da extrema-direita, mas não foram as únicas responsáveis. Além da disseminação de notícias falsas em massa, o projeto desenvolvimentista se escafedeu com o apelo midiático da imprensa tradicional e o circo armado por um juiz treinado pela CIA.
Relatórios produzidos entre 2006 e 2010 pelo órgão, viram o Brasil como potência emergente. O que foi considerado não apenas como um problema para seus interesses, mas como uma oportunidade de negócio. E, “negócio”, sabe como é né? Negare em latim, que se expressa como "não" + otium, que se relaciona ao "lazer". Pode entender como piora na qualidade de vida da grande maioria das pessoas.
O espetáculo da Lava Jato armou o cenário perfeito para que a corja mais pérfida das nossas elites cantassem: “tá tudo pronto aqui é só vir pegar”. Com o advento do golpe de 1964, arquivaram as propostas de desenvolvimento, concentrando renda e desnacionalizando a economia a partir de uma ditadura. O golpe de 2016 faz o mesmo, mas como implantar uma ditadura seria muito escancarado, optaram por um autoritarismo líquido, produzindo de forma intensa medidas de exceção, como vimos acontecer também em outros países da América Latina.
Um relatório produzido pelo DIEESE, “Implicações econômicas intersetoriais da operação Lava Jato” aponta que a Lava Jato fez o Brasil perder em investimento 40 vezes o valor arrecadado, além de contribuir para exterminar 4,4 milhões de postos de trabalho.
Agora, enquanto a agenda neoliberal não for derrotada, o desemprego atinge níveis recordes, o orçamento para a educação tem vetos e bloqueios gigantescos, o preço dos alimentos sobem, e as pessoas continuam a morrer de Covid-19. Chega, né?
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