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Ideologia de gênero do governo começa a desmoronar

  • radarfeministablog
  • 24 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Vídeo de conferência internacional com a participação do governo sobre resposta à "ideologia de gênero" some misteriosamente do ar

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O termo "ideologia de gênero" tem sido utilizado pela extrema-direita para disseminar, de forma obsessiva, pânico moral na sociedade e impor uma agenda de retrocessos no reconhecimento dos direitos LGBTQIA+ e das mulheres.


Essa obsessão tem sido construída através de uma imaginário perverso disseminador de notícias falsas, em especial, em torno das políticas públicas progressistas da era petista. Políticas que, neste caso, visavam, a partir da educação pública, prevenir casos de violência e discriminação a partir de critérios de gênero, o que pejorativamente se convencionou a chamar de "kit gay".


Até aí nenhuma novidade. Pois bem, a Secretária da família do governo atual, no dia 12 de março, se reuniu com alguns representantes da Europa correligionários para o evento "Diálogos Transatlânticos - uma resposta política à ideologia de gênero".


Nessa conferência internacional, conforme vídeo veiculado em matéria do UOL , a Secretária proferiu verdadeiros absurdos, chegando a tecer o seguinte comentário: "Estamos trabalhando muito nas políticas públicas contra a 'ideologia de gênero'. Desde o primeiro momento, tiramos todas as cartilhas que tínhamos onde os pais eram preparados a ajudar seus filhos desde os dois anos [de idade] a escolher seu sexo."


Imaginem uma mãe/pai desavisados recebendo essa informação?


É aí que mora a obscenidade. Por não ter nada a oferecer, essa extrema-direita só se mantém a partir do terror moral que alimenta.


Quanto à organização lógica do discurso da Secretária, convenhamos, se o sexo pode ser escolhido, então ele é cultural. E se ele não é cultural, mas natural, por que tanta manobra arbitrária?


Os argumentos não apenas não se sustentam logicamente, como também materialmente. Se há algum material que passe perto do que está sendo dito, que venha à tona. Queremos ver do que se fala, ou o que se distorce. Ou é conteúdo circunscrito à universidade do zap zap?


Ao que parece, os materiais que existem e, não por acaso, estão desaparecendo, são esses das modulações arbitrárias de gênero. Depois da repercussão negativa por seu conteúdo reacionário, os vídeos da conferência internacional com as manifestações de lideranças de governos e entidades foram misteriosamente retirados do ar.


Entidades do movimento LGBTQIA+ e lideranças do PSOL pediram explicações quanto aos termos e deturpações do discurso da Secretária, a qual se retratou sem reconhecer, de fato, o problema.


Cumpre dizer, sob o rigor dos conceitos, são esses extremistas de direita que estão a produzir ideologia de gênero, formatando de forma obsessiva os papéis de gênero baseados em uma natureza dos corpos que, aplicada à cultura, não passa de uma construção violenta e mordaz.


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