Ideologia política e cuidados médicos no serviço público de saúde
- radarfeministablog
- 11 de set. de 2021
- 5 min de leitura
Sistema Único de Saúde administrado pelo PSDB, em São Paulo, pode matar ou adoecer, a depender de sua posição político-partidária, por questões de ódio em relação à afrorreligiosidade e também por misoginia.
Última atualização em 08 de novembro de 2021

Em outra publicação aqui nesse blog, narrei um processo que ocorre desde 2014, quando os prenúncios do golpe de 2016 começavam a se manifestar. Nesse período, estudei em algumas escolas públicas do Estado de São Paulo, vivenciando uma série de situações de violência, primeiro simbólicas e, depois, físicas. Assim, como minha mãe, também, veio a ter sua saúde comprometida, para que me circunscrevesse ao espaço doméstico. Isso ocorre quando notam um potencial de liderança política alinhada com o espectro ideológico da esquerda, como no meu caso que milito junto ao Partido dos Trabalhadores.


No curso de minhas vivências nessas escolas, vivenciei, como ainda vivo, uma série de violências de ordem racista, por discriminação contra religiões de matriz afrorreligiosa, misoginia e por orientação político-ideológica. Essas violências ocorrem a partir de instituições públicas de ensino de São Paulo, administradas pelo PSDB. Embora produzam artes para documentar os processos esses processos de violência, é importante dizer que não deixam de corroborar com esses processos, em aliança com interesses imperialistas, que acabam por atuar desviando recursos públicos e promovendo opressão.
Essa arte abaixo foi produzida por outro espaço, porém, se entrelaça, em seus elementos visuais, com o processo desenvolvido a partir da SP Escola de Teatro, na esteira do prenúncio do golpe de 2014.


Essa arte é uma resposta à política segregacionista e violenta que vem sendo praticada e promovida, por interesses alinhados ao imperialismo.

Minha mãe também veio a ser ameaçada nesse processo. Em uma publicação de uma dramaturgia no Facebook, informaram que a deixariam extremamente doente, acamada. Ou, mesmo, a matariam, a depender de como eu narrasse minha história, não poderia politizá-la. À época não tinha maturidade para saber como atuar. Porém, de fato, minha mãe veio a adoecer, tendo como um dos problemas machucado em seu pé esquerdo.

Essa história é parte de um processo que envolve macro e micropolítica. Macropolítica, por que entendo parte significativa da minha trajetória como fruto de um movimento de democratização da educação, que ocorreu com a implementação do Programa Universidade para Todos e a política de cotas, gestada pelo Partido dos Trabalhadores no Executivo federal, conforme as artes abaixo demonstram.








Desse movimento de democratização da educação decorre aproximação entre pessoas com posições distintas na estrutura social brasileira, resultando daí não a abertura ao diálogo saudável, mas ódio e violência por parte de uma coalização fascista de direita e extrema direita contra quem reivindica igualdade de oportunidades e respeito a todos.
Foi no curso desse acontecimento que minha mãe veio a adoecer, por artifício dessa política genocida que não dialoga, mas é sádica e extermina.
Sabe-se que as causas de doenças e desigualdades em saúde derivam de fatores como trajetórias e condições de vida, trabalho e renda, acesso à informação. Variáveis derivadas da racialização de nossos corpos e gênero também se associam às iniquidades em saúde, pois que quando comparadas as taxas de morbimortalidade da população branca, as taxas ainda são altas. O que ocorre aqui, porém, deriva de um artifício criminoso, político e genocida.
Na madrugada do dia 30 de junho deste ano 2021, entrei em contato com o Governador do Estado de São Paulo, por meio do Instagram, sobre uma possível solução para o caso do problema de saúde que minha mãe veio a ter. À época, estava tentando triangular o problema tratando-o como violência doméstica.

Print de texto enviado para o Governador de São Paulo, em 30 de junho de 2021.

Print da resposta do Governador, publicada pela manhã.
O governador respondeu de maneira indireta, pela manhã. A resposta pode ser compreendida a partir de uma outra chave, disposta em arte que faz parte do dossiê que deixo anexo no meu perfil do Instagram.

Como pode ser lido nessa arte acima em sua última linha, "Por Comunicãção Grupo CCR - Nova Dutra".
No print anterior, o Governador menciona "o investimento em novas rodovias", o que não tem nenhuma relação, na superfície, com a produção de vacinas, tratando-se de uma comunicação com o que aqui se expressa. Ou seja, na relação entre as duas artes, pode-se perceber com propriedade que não houve interesse em colaborar para a solução desse caso de violência que nos acomete.
Durante as visitas da minha mãe aos hospitais públicos do Estado de São Paulo, descobriu-se que, além de pedra na vesícula, teria um câncer maligno no pulmão e também um nódulo no fígado.
Por todos esses meses ela passou por visitas cotidianas aos hospitais, sem conseguir solução para, já identificada em exame, pedra na vesícula. Quanto ao câncer, ela veio passar por uma biópsia no hospital de base de São José do Rio Preto, no último dia 25 de agosto.
Dias antes, eu havia recebido um e-mail de uma agência de empregos internacional, mencionando o termo "Engenharia Biomédica", como evidencia o print abaixo.

Print de um e-mail de uma agência de empregos internacional, mencionando o termo "Engenharia Biomédica".
Recebemos uma ligação do hospital dias depois, na qual o funcionário proscratinou a data em que seria realizado o o exame, em virtude da máquina passar por manutenção.
Um dia depois de passar pelo exame, minha mãe estava com o corpo totalmente dolorido, quase sem poder andar. Problema que se estende até a data de hoje (11 de setembro de 2021).

Na fotografia da marca do exame deixada pelo médico, há uma cruz desenhada.
Como já pontuei em outro texto, no artigo 196 da nossa Constituição, podemos encontrar o seguinte dispositivo normativo: "A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". O artigo é reforçado pelos princípios orientadores do nosso Sistema Único de Saúde, Universalidade, Equidade e Integralidade.
É completamente inconstitucional e criminoso agravar a situação física de qualquer pessoa, independente de quem seja. A essa altura, aguardamos o retorno do hospital com o resultado do exame e o próximos passos para seus cuidados.
*Atualização de 23 de setembro de 2021*
Dia 21 de Setembro recebemos o resultado da biópsia que minha mãe havia realizado, o que, em partes, nos deixou aliviada: o resultado para o câncer deu negativo. O resultado é corroborado pelo fato de minha mãe ainda não apresentar sintomas de que teria câncer no pulmão. Porém, o resultado contraria uma das artes dispostas acima, que indicava que não apenas teria o câncer de pulmão, como este havia sido ocasionado de forma engenhosa, pela extrema-direita no poder.
*Atualização de 08 de novembro de 2021*
Neste momento, minha mãe encontra-se internada em hospital do Estado de São Paulo há 3 dias, com a saúde bastante debilitada.
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