Corporações se alinham à política racista e misógina do governo federal
- radarfeministablog
- 4 de set. de 2021
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O avanço do fascismo no Brasil tem tornado o racismo e a misoginia cada vez mais explícitos. Frente ao terror, é urgente pensarmos e aplicarmos estratégias de combate para conter essa política que quando não nos mata de uma vez, expõe nossos corpos à extrema vulnerabilidade.
No prenúncio do golpe de 2016 que destitui do poder a primeira presidente que tivemos ao longo da história da nossa república, e a gestão de quase quatro mandatos do Partido dos Trabalhadores, vivemos momentos de intensificação das tensões no plano das relações sociais. Tensões essas caracterizadas por questões de gênero, situação socioeconômica e, fundamentalmente, racismo.
Não quero dizer que essas tensões não tivessem presentes antes dessa conjuntura que deu ensejo a esse movimento reacionário. O racismo entre nós, por exemplo, nunca foi definitivamente resolvido.
Nos anos de governo progressistas, tivemos programas como o ensino de história da África no ensino médio, a política de cotas, o Programa Universidade para Todos, que incidiu, de alguma maneira, nos lugares cristalizados de subalternização a qual nos encontrávamos, porém, nós, pretos e pretas, continuávamos liderando no número de vítimas por mortes provocadas por agentes do estado.
Esse problema ainda não resolvido veio a se intensificar, como vimos nos casos que aconteceram em estacionamentos de supermercados por seguranças privados, a chacina no Jacarezinho, os casos de Marielle, Kathlen Romeu, e o de crianças como o menino Miguel, Ágatha e João Pedro, dentre outros.
O caso é que quando não morremos por tiros, somos levados a estados vegetativos, uma vez que o controle dos fluxos orquestrado por alianças entre estado e grandes corporações agem de maneira frenética de modo a intervir em nossa qualidade de vida.
O investimento é tão alto nessa política de devastação de nossas vidas, que as desculpas para o Neoliberalismo vigorar no país, como, por exemplo, a falta de recursos do Estado para investimento em políticas públicas, tornam-se vergonhosas e a mais pura expressão da mentira.

Foto de manifestação da Força Sindical, em 2016. No primeiro plano, uma mulher negra aparece em uma maca de hospital. Minha mãe está há três meses sofrendo intensamente com dores provenientes de uma pedra na vesícula, sem que nenhuma providência em hospitais públicos do estado de São Paulo fossem tomadas, a não ser cuidados paliativos.
Publiquei um vídeo no Instagram contando essa imbricação entre autoritarismo líquido e bio/necropolítica que intervém na vida de modo tão efetivo como em um regime totalitário. Em outra oportunidade, detalhei também em vídeo com vim a estar suscetível a essa práticas, depois que estudei em uma escola pública de teatro, gestada pelo Estado de São Paulo.
A essa altura já são várias patologias sob o meu corpo, sem que tenha acesso a um dos princípios da nossa constituição, que garante acesso ao serviço público de saúde.
Corporações da indústria farmacêutica, e mesmo o serviço público de saúde, podem atuar vulnerabilizando ainda mais nossa condição.
Em agosto tive acesso a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em hospital público do estado de São Paulo. Tive acesso a algumas informações de que teria síndrome de guillain-barré, por artifício dessa vacina.

Reportagem da BBC alerta sobre o problema
Esse não é o único problema, meu corpo trás uma série de outras doenças que foram aplicadas em outras situações. Já posso contabilizar as seguintes patologias: HPV, bactéria no estômago, problema na gengiva que comprometerá minha dentição.
Há ainda outras ameaças, posso vir a ter edema cerebral, pois que, por vezes, minha cabeça sangra. Além disso, pode ser que já tenha câncer no pulmão, assim como adoeceram minha mãe, que também está com pedra na vesícula, há três meses sofrendo com dores intensas.
Frente a essa política descarada que nos vulnerabiliza ou extingue nossos corpos, é preciso agir, urgentemente.

Na imagem uma mulher pega seu capacete, ao lado de uma moto capotada. Ao fundo, do lado direito um carro com a placa DST.

Uma arte de um evento aparece o nome AMEBA.

Uma arte de reportagem do Globo sobre HPV, aparece personagens desenhados com a cabeça menor que o corpo.


Propaganda em jornais virtuais mostram implante dentário ao centro, um senhor branco à direita e, à esquerda, dentes soltos à mão.

Imagem mostra pasta de dente, com embalagem nas cores da bandeira do Brasil, suja.

Quatro tubos da Colgate Total 12 são empilhados em arte da Amazon

Anúncio das redes contra a ditadura mostra jovem presa que teve edema cerebral, cegueira e envenamento durante a prisão.

Uma imagem extraída das redes, mostram um pintinho com a cabeça virada para a direita, sangrando.

Art

Foto das marcas da biópsia que minha mãe realizou em agosto em hospital público do Estado de São Paulo, trás o desenho de uma cruz.

Arte mostra personagem sem cabelo, e outros com cabeça desproporcional ao tamanho do corpo. Minha cabeça vem sendo queimada, frequentemente, desde 2014, depois de tomar um tiro no ouvido direito, ao sair de uma biblioteca no centro de São Paulo.

Cachorro sarnento aparece em matéria da BBC sobre "chupa cabra".

Arte com pernas disformes, apontando risco de trombose.

Depois de comer um produto da Elma Chips minha boca por dentro ficou espessa.

Minha boca também ficou espessa depois que comi um bolo da Sodiê.

Essa imagem de mãos machucadas por trabalharem com radium circulou pelo meu feed de notícias. Todas as noites tem sido submetida a jatos de algum produto químico, que possivelmente seja radium, pois que deixou meus pés com algumas feridas.


Em 2015, acertaram meu pé direito com um tiro de arma que não posso identificar, apenas senti uma agulhada. É provável que ele passe por alguma oxidação.

Nem dormir em cama limpa já não é mais possível.
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Marcas que apoiam o fascismo em curso:
Sodiê doces
Colgate
Elma Chips
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Link para o dossiê com todos os detalhes dessas vivências: Experiências de tortura contra mulheres e racismo, no contexto do golpe de 2016.
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